Educação necessária
Que matérias deviam ser abordadas nas escolas? Uma simples questão com excelentes opções.
O sistema educacional em Portugal está em decadência. Sim, muitas mais pessoas têm escolaridade, mas será que estão mais educadas? Sinceramente, não acredito que nos temas que mais influenciam a nossa vida estejam educadas de forma a pensarem de forma coerente e independente. É uma das razões para termos um eleitorado que opta por votações na extrema-direita. A única maneira de combatermos a incapacidade de pensar autonomamente e de maneira coerente é uma revolução educacional que acredito poder ser feita com a implementação de algumas matérias, do aumento do tempo de outras e de um novo sistema que se foca numa educação geral e de mais opções.
Comecemos por abordar matérias que deveriam ganhar mais protagonismo do que verdadeiramente têm. A primeira, e que Portugal tem estado na frente de batalha, é as Ciências. Apesar de termos um país que cria dos melhores trabalhadores no sector das ciências, acabam todos por ir para o estrangeiro para trabalhar e com um investimento maior na educação, certamente empresas privadas veriam o país com bons olhos para se estabelecerem. Além disso, o estado seria obrigado a investir no sector, criando centros para se estudar as novidades das ciências, colocando Portugal no caminho que, por exemplo, a Espanha está a optar com o seu centro de estudos das tecnologias de inteligência artificial. Ainda é oportuno apontar que esta aposta iria impedir que o minoritário grupo de anti vacinas e anti ciência começasse a diminuir e se extinguisse com o passar do tempo e a solidificação desta base.
A segunda disciplina que é imprescindível não perdermos é história. Vivemos numa sociedade em que o passado é manipulado para melhor refletir uma narrativa ou outra, dependendo de quem o orador é. Vemos isso com o amor que o Estado Novo e Salazar recebem de diversas pessoas da minha geração e da anterior que pouco sabem sobre a ditadura e o 25 de Abril. O pior é que esta cadeira foi diminuída devido a outra que estão relacionadas: Cidadania. Não podemos alterar os factos históricos e, se os estudássemos, poderíamos evitar os erros que continuamos a cometer e que já foram cometidos no passado. Claro que com aposta na educação nas histórias, também se poderia apostar nos museus e outras bases culturais que se encontram em decadência e pouco investimento.
Agora diria para analisarmos as disciplinas que deveriam ser adicionadas de modo a educar a nossa população em temas fulcrais na atualidade para a sua vida. Estas seriam economia, cultura política e educação sexual. Vamos começar por economia. A iliteracia económica é um problema gigante na nossa sociedade. Digo isto, pois eu próprio admito que de economia pouco sei. Tenho uma ideia muito vaga de como funciona, mas pouca ideia de como eu me insiro nela, como resolver em caso de crises e períodos mais instáveis, entre muitos outros temas. Poderia se estudar o seu funcionamento, o modelo atual, os diversos modelos estudados, teorizados e experimentados, as medidas para ela funcionar e coisas básicas como como pagar impostos. Só coisas destas iriam desenvolver uma sociedade capaz de estar preparada. É preocupante quando só alguns percebem do tema. Não admira termos diversos momentos em que colocamos em questão os diversos ministros da economia, sendo que nós pouco sabemos sobre o tema.
De seguida falamos de cultura política. Isto é mais uma forma de combater as juventudes partidárias que caíram nos extremismos habituais. São mais radicais, rejeitando qualquer ideia oposta. Esta cadeira iria estudar o mundo político e as suas bases democráticas, apostando no debate e na capacidade de pensamento individual para o coletivo, sociedade. Desta maneira, mesmo caso pertençam a juventudes partidárias ou se juntem a um partido no futuro, podem diferenciar do mesmo estigma. Não ficam dependentes de um líder específico. A aposta na individualidade é fulcral para que a sociedade não permaneça presa ao passado. Iriamos criar lideres também mais humanos, em vez das máquinas de propaganda que todos vemos agora.
Por último, educação sexual. Parece-me evidente que as escolas continuam a abordar o tema como tabu. Se evitarmos falar sobre ele, mais pessoas iram sofrer, mais violência irá acontecer e muitos coisas erradas serão vistas como certas. Os jovens aprendem pela internet e pelos sites que pouco ensinam. Claro que isto seria um tema que teria de ser revisto por um conselho de terapeutas e controlado pelo estado para não deixar que um dos dois extremismos se deixe guiar pela educação que pensam ser correta.
A última questão seria, portanto, que reforma teria de acontecer para que estas disciplinas conseguissem se tornar bases? Seria aumentar mais dois anos o tempo de escolaridade antes de se escolher a área de especificação. Muitos criticam terem de escolher a área que decide o futuro demasiado cedo, então, aumentamos o tempo nas escolas por dois anos. Aumentamos as disciplinas durante esses três últimos anos antes de se escolher a área específica e, como se ganha mais tempo para dar matéria, cria-se mais pausas entre férias, dando aos jovens um descanso merecido e não lhes colocar um extenso trabalho que os iria fazer odiar o sistema. Seria um novo modelo e único mundialmente, mas iria resolver uma série de problemas. Temos a possibilidade de guiar novos sistemas, mas a nossa mentalidade de país pequeno faz-nos ter medo de avançar e inovar. Não podemos recear de fazer as coisas diferentes. Temos de nos desafiar a sair do antigo, aprendendo com ele e criando caminho para o futuro. Isso só irá acontecer com um primeiro passo.
Notas finais:
Acredito solenemente que estas mudanças, apesar de parecerem radicais para quem se habituou ao sistema que já está implementado à anos, poderão ser a mudança necessária e o começo de uma educação mais avançada e mais compreensível, dando individualidade e factos para uma melhor educação. Continuação de um bom dia minha gente.
Gostei bastante das ideias apresentadas, precisamos de inovar o modelo retrogrado que é a educaçao do 1 ao 12° isso é certo. Eu vejo isto como um problema da forma como é ensinado e nao tanto do quê. Quanto à economia, é bom ter bases concordo mas temos que confiar nos peritos, o mesmo com a ciencia.